As estações da alma
A alma voa, deixando os seus rastros em forma de poesia.
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As paredes


As paredes são vendas para os meus olhos, que me cegam nesses trezentos e sessenta e cinco dias, e muito mais... o que me cansa nos passos curtos da prisão, andando em cículos, é a moldura dos dias iguais e sentir que sem queixas a vida me leva para lugar nenhum. Pela fenda que rouba o brilho da rua sinalizando que a vida agora, nada cobra, ou dá, e que lá fora há vida mesmo que proibida, obrigando a minha alma a sossegar, mas a minha é teimosa, prefere se arriscar e de tanto já nem sonha, sente saudade da vida que quer levar, sem pausa, quer correr mundo à fora, sem dia nem hora para voltar. E as paredes já não gostam mais de mim, querem férias da minha presença, o sonho delas é me expulsar. A razão fala mais alto, está difícil, mas volto à me aquietar, o bom senso vence, nem é por mim, é pelos que apesar da minha chatice me amam, e que eu escolhi por uma vida inteira, infinitamente amar.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 10/04/2021
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