As estações da alma
A alma voa, deixando os seus rastros em forma de poesia.
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Andorinha  noturna

 

 

 

 

Era uma, duas, três... ou milhares de vezes, que num mesmo conto de páginas e páginas de muitas linhas, duas vidas se escreviam, se escreviam e se liam, aprofundando na alma, a vontade de cada vez mais uma à outra adentrar, a história incansávelmente ia se renovando, abrindo caminhos e caminhos, feito aqueles sonhos que passamos uma vida inteira sonhando, sem perdermos a ilusão de um dia no final do caminho, por fim chegar...

E a andorinha, uma ave tão pequena, que um dia, arrancaram-lhe algumas penas, agora refeitas, como que por ingenuidade as asas com força batiam por onde a esperança passava, dela a ave se banhava, transformava nas noites, os seus sonhos, abraçada a eles dormia, mas quando amanhecia em cada novo voo seu, sozinha pela vida, àquela andorinha muitas vezes contando os minutos e aos poucos percebia o quanto dava para se fazer em quatro minutos de imaginação, uma vida, realizando o seu desejo ela se via, e quando se cansava, mentalmente ela voava, continuava por aí tomando fôlego quando parava, e descansava numa árvore qualquer, para sentir os seus pensamentos, para dar sossego em alguns sonhos para ela impossíveis de se realizar, sonhos aqueles que lhe faziam bem e que era muitas vezes o que fazia pulsionar, mesmo quando não havia um destino, feito penas voando aos ventos, invisíveis na escuridão das noites quentes e sem luar.

 

Quando se desanimava, ela bem alto cantava, e com a sua solidão acabava, e escrevia, para do outro lado do seu pequeno mundo de fantasia, o seu amor, o seu grande amor, sabia que o seu canto também iria despertar, e dali em diante ela criava forças, com esperança ela dormia, pois sabia, que no outro dia, ela iria o seu desejo outra vez escrever, e rindo feliz ao mesmo tempo em palavras o canto do outro pássaro descrever, do jeito que a sua alma queria as outras palavras em amor, transformar.

 

E assim as suas asas sob um sol ardente iriam bater, bater, bater sabendo que no seu ninho noturno, a cidade inteira no mais profundo sono, outra vez, com os seus cantos, a todos faria acordar, para ouvir a voz do amor, porquê o amor, ah o amor é mágico feito o tempo, faz milagres, faz a tristeza e os desgostos apagar, e as dores esquecer.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 11/01/2023
Alterado em 11/01/2023
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